Tentei manter-me à distância, de mãos atadas à uma segurança falha, como quem tranca a porta, mas avista da janela os sentidos.
E de brechas em brechas percebi a relutância em dar ouvidos à uma impossível ablepsia.
Tentar esquivar-se aprisionando-se por dentro é como tomar veneno e esperar surtir os seus efeitos.
A memória dilacera mesmo quando está diante da intolerância.
Como manter-se firme, nos pilares de uma intuição que não nega à pele uma ausência melindrosa, que ocupa os espaços proditórios à si mesmo?
Deito na cama e o teto parece impelir facas sobre o meu âmago, alheio ao terror que me dissuade ao silêncio.
Mais vocábulos malogrados e descompostos de reciprocidade.
Mais significações tresloucadas, que batem à porta, pedindo para aqui estanciar...
Da janela sinto os estilhaços trespassarem as luzes que contestam a solidão, camuflada por um semblante indiferente e afoito.
Tenho medo de janelas, mais do que de "muros".
(Naná)
24/06/2013
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