SEGUE-ME?

1 de setembro de 2013

Da jan(ELA)...


Tentei manter-me à distância, de mãos atadas à uma segurança falha, como quem tranca a porta, mas avista da janela os sentidos. 
E de brechas em brechas percebi a relutância em dar ouvidos à uma impossível ablepsia. 
Tentar esquivar-se aprisionando-se por dentro é como tomar veneno e esperar surtir os seus efeitos. 
A memória dilacera mesmo quando está diante da intolerância. 
Como manter-se firme, nos pilares de uma intuição que não nega à pele uma ausência melindrosa, que ocupa os espaços proditórios à si mesmo? 
Deito na cama e o teto parece impelir facas sobre o meu âmago, alheio ao terror que me dissuade ao silêncio. 
Mais vocábulos malogrados e descompostos de reciprocidade. 
Mais significações tresloucadas, que batem à porta, pedindo para aqui estanciar... 
Da janela sinto os estilhaços trespassarem as luzes que contestam a solidão, camuflada por um semblante indiferente e afoito. 
Tenho medo de janelas, mais do que de "muros". 

(Naná) 
24/06/2013



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